Contabilidade em Pauta

A teoria dos ciclos político e as evidências de manipulações eleitoreiras no contexto brasileiro

André Fernando Hein — 2024-03-25

Estudar a relação entre a economia e a política tem desafiado muitos pesquisadores ao longo do tempo. Várias teorias e modelos surgiram buscando explicar essa complexa e intrincada relação. A Teoria dos Ciclos Políticos é uma dela, e pressupõe que alguns gestores públicos (policymakers), para maximizar o seu capital político e as chances de se manter no poder por meio da reeleição ou da eleição de candidatos do mesmo grupo político, realizam ingerências nos gastos públicos, na política fiscal, ou na escolha de investimentos com maior visibilidade (dentre outros artifícios) buscando gerenciar a percepção dos eleitores a respeito da sua gestão. Diante disso, o objetivo deste artigo foi verificar se estudos realizados no Brasil tendo como base esta teoria, estão identificando indícios de manipulação eleitoreira condizentes com os ciclos políticos. Para tanto, foram consultados nas bases Scopus, Scielo e Web of Science, publicações sobre o tema, das quais elaborou-se uma análise bibliométrica. Identificou-se que com base na teoria dos ciclos políticos no Brasil foram realizados estudos por 83 autores, e publicados entre 1997 e 2023, em 26 revistas/eventos, e que o período analisado nos estudos é amplo (1953 a 2019), e que as três esferas de governo foram analisadas. Verificou-se que em 94% dos estudos há indícios de manipulação eleitoreira condizente com a Teoria dos Ciclos Políticos, o que demonstra a importância de se ampliar estudos na área, o que pode contribuir para a cidadania fiscal e para alertar eleitores desatentos aos artifícios de manipulação eleitoreira.

O Plano de Negócios como Ferramenta Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável das Empresas: Uma Análise à Luz de Referências Teóricas

Danillo Miguel de Sales Santos — 2024-04-08

O plano de negócios, ferramenta basilar para o desenvolvimento empresarial, transcende a mera formalidade documental, configurando-se como um roteiro estratégico para a concretização de objetivos. Este artigo, alicerçado nas contribuições de renomados autores como Drucker, Osterwalder, Collins, Timmons e Hisrich, explora a multifacetada importância do plano de negócios. Através de uma minuciosa revisão bibliográfica de trabalhos e artigos científicos, a pesquisa desvela como um plano de negócios bem estruturado impulsiona a tomada de decisões assertivas, otimiza a eficiência operacional e consolida uma vantagem competitiva no mercado. A análise revela que o plano de negócios não se limita a um exercício de previsão, mas atua como um instrumento dinâmico de gestão, adaptando-se às nuances do ambiente de negócios. Ao mapear os recursos, competências e oportunidades, o plano de negócios permite que as empresas antecipem desafios, mitiguem riscos e capitalizem sobre as tendências do mercado. A clareza proporcionada pelo plano de negócios facilita a comunicação interna e externa, alinhando as expectativas dos stakeholders e atraindo investimentos estratégicos. Conclui-se que o plano de negócios emerge como um catalisador do crescimento sustentável, orientando as empresas na jornada empreendedora. A sua elaboração criteriosa e a sua implementação diligente são fatores determinantes para o sucesso a longo prazo, permitindo que as empresas naveguem com confiança no complexo cenário empresarial.

A Captação de Recursos e o Impacto do Endividamento no Valor de Empresas de Grande Porte: Análise das Opções de Financiamento e seus Efeitos no Valor de Mercado e no Risco Corporativo

Loris Albert Chaves Barbieri — 2024-04-08

A captação de recursos financeiros desempenha um papel estratégico nas decisões de estrutura de capital e no crescimento de empresas de grande porte, influenciando diretamente sua competitividade e sustentabilidade no mercado. Este estudo aborda as principais fontes de financiamento disponíveis para grandes corporações, como capital próprio, dívida e instrumentos híbridos, além de discutir os riscos e benefícios associados a cada tipo de recurso. A pesquisa se fundamenta em uma revisão bibliográfica das principais teorias de finanças corporativas, incluindo a Pecking Order Theory, a Teoria de Modigliani-Miller e a Teoria do Trade-Off. O artigo também investiga os limites de endividamento para diferentes setores e como a alavancagem afeta o valor da empresa, considerando fatores como volatilidade de fluxos de caixa, custo de capital e condições de mercado. Conclui-se que um equilíbrio entre dívida e capital próprio é essencial para maximizar o valor para os acionistas, sem comprometer a flexibilidade financeira e a capacidade de investimento em longo prazo. O estudo oferece insights práticos para gestores financeiros sobre como estruturar a captação de recursos de maneira eficiente, considerando a estratégia de negócios, o ambiente macroeconômico e a necessidade de adaptação contínua. As implicações práticas e teóricas deste estudo reforçam a importância de uma gestão financeira robusta e alinhada às dinâmicas do mercado.